Médica esclarece a diferença entre Dengue e Febre Chikungunya

Médica esclarece a diferença entre Dengue e Febre Chikungunya

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Médica esclarece a diferença entre Dengue e Febre Chikungunya 10 6 99
Reportagem: Leonardo Santos           


                                                      Grupoghanem
Um exemplar do mosquito, Aedes Aegypti, na fase adulta
Sintomas das duas doenças são semelhantes e elas são transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. Não há vacina. Melhor forma de evitá-las é a prevenção

A Febre Chikungunya é uma doença viral bem parecida com a Dengue. Foi identificada pela primeira vez na Tanzânia (país da África Oriental) no início do ano de 1952 e desde então têm sido relatados surtos periódicos da doença na Ásia e no continente africano. A partir daí o vírus Chikungunya se espalhou pelo Caribe, passou pela Venezuela e chegou na América do Sul.  Os últimos levantamentos, segundo pesquisas, mostram que em agosto de 2013 havia nas Américas (Central e Sul) mais de 500mil casos de Febre Chikungunya. Este número é o dobro do mês anterior (julho), ou seja, esse vírus se espalha muito rápido.     

No Brasil 


Oiapoque. Este é o município, localizado no extremo norte do Estado do Amapá, que teve a 1ª notificação de um paciente com Febre Chikungunya, que ocorreu no ano de 2014. A partir dessa notificação, segundo a doutora Fátima, foram registrados alguns outros casos no Estado de Amazonas, Ceara, Distrito federal, Goiás, Maranhão, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio grande do Sul, Roraima e São Paulo. Porém, esses pacientes relataram que viajaram para República Dominicana, Haiti, Venezuela, ilha do Caribe e Guiana francesa; a onde são áreas endêmicas. No Amapá e Bahia, houveram casos que os pacientes não viajaram, assim concluindo que foram infectados no território Brasileiro.    


O transmissor de ambas doenças (Chikungunya e Dengue) são pelo mesmo mosquito que é Aedes Aegypti. Porém, a Febre Chikungunya, pode ser transmitida também pelo mosquito Aedes Albopictus, infectados pelo vírus CHIKV. Embora os vírus da Febre Chikungunya e os da Dengue tenham características distintas, os sintomas das duas doenças são parecidos.   

Na fase aguda da Chikungunya, a febre é alta, aparece de repente e vem acompanhada de dor de cabeça, dor muscular, erupção na pele, conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.

Entrevista   


Atualmente, a Doutora Maria de Fátima,
só está exercendo a área de medicina.
Nascida no Rio de Janeiro, formada em fisioterapia pela Universidade Metodista Bennet e além de ter uma 2ª graduação na área de medicina, pela Universidade Estácio de Sá, a Medica Generalista Maria de Fátima Salvador Marques, de 29 anos, concedeu entrevista ao repórter Leonardo Santos para esclarecer sobre está nova doença, que está preocupando a sociedade brasileira.  Leia abaixo a íntegra da entrevista. 


Agência FACHA: O mesmo mosquito que transmite a dengue, o Aedes Aegypti, é o transmissor de uma doença nova no Brasil, a Febre Chikungunya, que surgiu na África e vem avançando pela América do Sul. Os sintomas dessas doenças são parecidos?   

Maria de Fátima: Para diferenciar ambas clinicamente, é bem complicado. Pois tanto a dengue e a febre têm os sinais e sintomas bem parecidos, podemos dizer quase similares. A Febre Chikungunya existe uma intensa dor (sabemos que é bem subjetiva avaliar a dor do paciente, o que pode ser muito doloroso para um, para o outro não é) na articulação, que chamamos de artralgia. Essa artralgia também é encontrada na dengue, porém menos intenso. Na febre, existe uma persistência da artralgia podendo durar meses, e analgésicos leves como dipirona e paracetamol, não consegue controlar essa dor. Existe uma dor retrorbital de intensidade leve, que também é visto na dengue, porém esta é de alta intensidade (bem característico na dengue a dor retrorbital intensa). Há presença de conjuntivite, no qual a dengue não costumar aparecer. Mas o que ajuda muito nós médicos é fazer uma boa anamnese, ou seja, conversar com o paciente. Perguntamos se ele viajou para regiões endêmicas, ou permaneceu em áreas que não são endêmicas e não tiveram nenhum caso notificado (sem ter viajado) ou áreas que tem inúmeras notificações de dengue. Com essas simples perguntas direcionamos o nosso diagnóstico.    

Agência FACHA: O risco de contágio é grande. As medidas que foram tomadas até agora pelo Governo Federal e secretarias estaduais estão na direção correta?   

Maria de Fátima: O governo, através de campanhas, está tentando controlar, podemos perceber nos consultórios um índice de dengue menor do que o ano passado, mas continua bastante alto. A população está mais consciente, porém, temos muito que ensinar e mostrar a importância de prevenir. Através da clínica da família e postos de saúdes, existe campanhas, treinamentos dos agentes comunitários e da equipe de saúde, para informar a população sobre essa doença. O Ministério da Saúde disponibiliza para todos na internet o manual da Dengue e da Febre Chikungunya, para que profissional da Saúde e a população fique ciente da doença, como prevenir e como tratar. 

Agência FACHA: Por que essa doença está causando tanto pânico?   
Maria de Fátima: 
Bom, acredito que essa doença esta gerando pânico, porque é desconhecida. Tudo que é desconhecido, gera pânico. Você não sabe o que você está lidando. Mas asseguro a população que não entre pânico, as equipes estão em treinamento para atender esta população, identificar o vírus e o local que esta doença está sendo transmitida. Devemos aconselhar que qualquer artralgia, mais exantema (lesões de pele), conjuntivite e febre alta persistente, deve procurar a unidade de saúde mais próxima. Quanto antes tratar este paciente, mais seguro esse paciente fica.    

Agência FACHA: A taxa de mortalidade da Febre Chikungunya é considerada alta?  
Maria de Fátima: Apesar da Febre Chikungunya ser muito parecida com a dengue, o índice de mortalidade não é alto, comparada a dengue. Porém a morbidade, ou seja, a febre tende a deixar sequelas como artralgias, algumas deformidades nas articulações. Mas a dengue pode dar fadiga e tende a sumir com o passar do tempo. 

Agência FACHA: Os hospitais têm de se preparar para isolar esses pacientes. É eficaz um hospital ter um quarto esterilizado?   
Maria de Fátima: O tratamento da Febre é igual da Dengue, não necessita de isolamento. O que temos que fazer é hidratar este paciente e tratar os sintomas dele. Não existe antibiótico, porém necessita de cuidados e orientações bem precisas para que esse paciente não venha complicar, e assim tendo risco de ir a óbito.    

Agência FACHA: 
O que se pode fazer para evitar essa doença?  
Maria de Fátima: A única maneira de controlar/eliminar essa doença é através da prevenção que é igual da dengue. Não deixar água parada (limpa ou suja), porque é nesse meio que eles se proliferam. Colocar repelente, fechar as janelas de casa no amanhecer e o entardecer, pode considerar como prevenção. 


O vídeo que se apresenta abaixo, é do programa "Tudo de Bom" e abordar um pouco mais sobre esta reportagem.

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