Comércio informal causa divergências, no Méier

Comércio informal causa divergências, no Méier

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Comércio informal causa divergências, no Méier 10 6 99
Reportagem: Thyago de Barros

Parte dos moradores reclama da ocupação das calçadas

É cada vez mais comum encontrar vendedores ambulantes nas principais ruas de toda a cidade. Bairros tradicionais como Madureira, Cascadura e Méier vivem essa realidade e, a exemplo do Centro, se tornam alvos de opiniões bastante divididas quanto ao assunto. No bairro do Méier, o alto número de barracas nas calçadas tem desagradado bastante a alguns moradores.

Apesar de possuir um local específico para concentração de camelôs, próximo à passarela do Méier, a rua Dias da Cruz também é alvo dos ambulantes. Segundo a aposentada Maria Célia, moradora do bairro há 19 anos, o trânsito nas calçadas da principal rua do bairro tem se tornado cada vez mais complexo. "Eu nem passo mais na calçada do Shopping do Méier. À noite então, nem se comenta. É muita barraca pra pouco espaço. Não tenho mais idade pra isso não, é muito empurra-empurra", disse a aposentada. 

                                                                                                            Thyago de Barros
Barracas em praça do Méier
Ao mesmo tempo, muitas pessoas se manifestam de forma favorável aos camelôs. A praticidade para comprar determinados produtos, os preços mais baixos e até mesmo a presença dos comerciantes, tornando a rua mais movimentada, são alguns dos motivos que levam Paulo Henrique a ver de forma benéfica o comércio ambulante no bairro. "Às vezes a gente deixa de passar em certas ruas porque são muito desertas e aqui isso já não acontece, a movimentação por causa das barracas de lanche é em toda esquina. Dá certa tranquilidade e custa barato também. Se houver uma fiscalização correta, fica tranquilo pra gente andar na calçada e pra eles trabalharem também", comentou o arquiteto, que mora no bairro há cerca de 10 anos. 

A prefeitura do Rio de Janeiro já iniciou ações de regularização para o comércio informal. Mas apesar disso, é cada vez mais comum encontrar barracas comercializando produtos falsificados ou vendendo alimentos sem alvará para essa atividade. Mesmo assim, os guardas municipais que rondam a região não costumam causar grande impedimento aos ambulantes, segundo relatos.

Ainda de acordo com informações de vendedores que não quiseram se identificar, a “vista grossa” é uma prática frequente na região e desestimula alguns ambulantes a se regularizar. Em função disso, a venda de produtos falsificados cresce a cada semana na região. A facilidade para se encontrar um espacinho e vender seu produto é cada vez maior, principalmente se não há rigor na fiscalização. Com isso, o comércio informal só cresce. E continua a divisão de opiniões. 

A economia

A partir dos anos 80, as práticas informais de comércio tiveram grande crescimento no Rio de Janeiro e em todo o país. As crises econômicas, a oscilação das taxas de desemprego, entre outros fatores, fizeram com que boa parte da população passasse a procurar outras formas de trabalho. O atual momento econômico do país também tem servido de impulso para pessoas recorrerem a outros meios de trabalho, para complementar verba. Retrato fiel disso, as lojas físicas em todo o Rio estão cada vez mais vazias.

O baixo poder aquisitivo da população em momento de estagnação econômica demonstra a queda das vendas. Porém, esse panorama não inflama as vendas de rua das barracas. Pelo contrário. De acordo com os próprios comerciantes, houve uma queda de vendas nos últimos três meses. Essa queda tem incentivado os vendedores a buscar recursos como máquinas de cartões de crédito, para tentar facilitar a venda e atrair um público maior.

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