O que são Nômades Digitais?

O que são Nômades Digitais?

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O que são Nômades Digitais? 10 6 99

Reportagem:  Paula Alvarenga

Pessoas mudam de estilo de vida para se desprender do sistema que conhecemos e viverem livres

                                                                           Vida cigana
A nômade Larissa na Sky Tower, em Auckland (Nova Zelândia)
Uma recente pesquisa da Isma Brasil (International Stress Management) mostrou que 72% das pessoas estão insatisfeitas com o trabalho. Algumas por questões de ambiente, outras por excesso de tarefas e a maioria por falta de reconhecimento. Mas quem realmente faz algo para mudar essa situação? Quem quebra as barreiras do tradicional e cômodo para buscar a felicidade?

O mundo mudou. Essa é uma daquelas frases que ouvimos todos os dias, mas a real percepção, como tantas coisas na vida, só vem com motivação pessoal. De repente você entende que tudo mudou, a forma que vivemos, interagimos, estudamos e trabalhamos. Então se o mundo mudou, por que certas coisas continuam iguais? Por que o sistema educacional continua o mesmo? Por que ainda seguimos o tradicional sistema pós-guerra de trabalho?

Os nômades digitais estão quebrando esse conceito. Aliados a ideia de que o trabalho não precisa ser presencial para garantir eficiência, eles deixaram o trabalho de segunda à sexta em um escritório com 30 dias de férias. Agora, utilizando a internet e principalmente a criatividade como recursos, eles vivem um estilo de vida que muita gente já pensou em seguir, mas não soube como ou não tem coragem.

Entrevistamos o casal Larissa e Carlos, nômades digitais (ou como preferem, ciganos) e donos do blog Vida Cigana. Atualmente vivem na Nova Zelândia e lá são adeptos do programa de house-sitting, ou seja, cuidam da casa e dos animais enquanto os donos viajam, em troca de hospedagem gratuita. Eles tiraram um pouco as nossas dúvidas sobre o que as pessoas têm mais medo ao largarem a cidade que residem.

Agência FACHA: Vocês pensam em alguma segurança para o futuro? Como se imaginam daqui a 40 anos?
Na verdade não pensamos muito no futuro. Procuramos nos preocupar com o presente. Se a sua vida atual é prazerosa, você pode continuar nela até morrer. Pessoas insatisfeitas com o presente são as que mais se preocupam com o futuro. Somos saudáveis e ativos agora, não queremos nos matar de trabalhar e perder esse momento num escritório para ter o conforto de passar uma velhice tranquila. Muita gente diz que devemos trabalhar quando jovens para viajar quando mais velhos. Mas com mais idade não teremos a disposição que temos hoje. A aposentadoria não valerá de nada se morrermos no mês que vem, então é bom aproveitar enquanto podemos, não?

Agência FACHA: Sentem falta da sensação de pertencimento, de um lugar "de vocês"?
Não. Pelo menos por enquanto. Como estamos viajando por house sitting, ficamos longos períodos em casas como quaisquer outras e nos sentimos confortáveis da mesma forma. Nesses nove meses na estrada não sentimos falta de um lugar nosso, até porque pensamos que um apartamento ou casa próprio nos prenderia em um único lugar. Para poder pagar por uma moradia com todas as suas contas, teríamos que ter um valor fixo por mês, nos levando a ter que trabalhar em escritórios e a ter férias de 30 dias, como qualquer um. E isso nós não queremos mesmo.

Agência FACHA: Vemos que muitos nômades digitais levam esse tipo de vida em casal. Quais seriam as maiores diferenças para alguém que decidisse viver sozinho? Vocês aconselhariam?
Sim, aconselharíamos com certeza a alguém viajando sozinho a fazer o mesmo. Claro que estando a dois as tarefas são divididas e o trabalho não fica tão puxado, mas trabalhar sozinho não é algo impossível. Muitas pessoas vivem como freelancers no país de origem, qual seria a diferença caso estivessem viajando? Basta cultivar clientes que aceitariam esse tipo de acordo e/ou conseguir outros pelo caminho.

Agência FACHA: Já tiveram experiências negativas em algum lugar que moraram?
Por enquanto só ficamos na Nova Zelândia e incrivelmente tudo tem dado certo até aqui. Mesmo o país possuindo um mercado de trabalho muito menor que o brasileiro, por exemplo, temos conseguido nos virar bem, principalmente com a ajuda que o house sitting nos proporciona.

Agência FACHA: Sentem falta de algo na vida tradicional?
Só da proximidade da família e dos amigos, mas fora isso, estamos muito bem e dispostos a passar mais algum tempo fora do tradicionalismo.

Para saber mais sobre a Larissa e o Carlos, Nova Zelândia e House-Sitting, acesse o blog: vidacigana.com

Assista também o vídeo do Casal Partiu, dando dicas sobre as fontes de renda de um Nômade Digital:

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