Descaso total em Jardim Gramacho

Descaso total em Jardim Gramacho

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Descaso total em Jardim Gramacho 10 6 99
Reportagem: Isabele Fernandes

Após desativado, aterro deixa dezenas de pessoas desempregadas em Caxias 

                                                                           Isabele Fernandes
Lago nos arredores de Jardim Gramacho, onde algumas crianças costumam banhar-se
O maior aterro sanitário da América Latina, ainda hoje abriga pessoas e famílias que deixaram tudo para viver do lixo que era despejado em Jardim Gramacho, Duque de Caxias. Após 33 anos de atuação as atividades do aterro foram interrompidas em junho de 2012, deixando cerca de 20 mil moradores da região desamparados, os moradores aguardam as melhorias prometidas pela Prefeitura de Duque de Caxias, três anos se passaram e os moradores ainda aguardam a revitalização do bairro , assim como a geração de novos empregos, já que mais da metade da população do local vivia da coleta do lixo.

Sem saneamento básico, moradia digna e água potável até a energia elétrica é precária, assim vivem os moradores dos arredores do antigo aterro, que são obrigados a conviver com os resíduos e o lixo existente no local, alguns ainda catam e vendem esses resíduos para garantir seu sustento.

Após desativado o aterro, algumas famílias foram indenizadas, porém nem todas as famílias foram contempladas. Algumas das famílias que receberam a indenização investiram em suas moradias conquistando um pouco de conforto, outras famílias ainda aguardam a indenização em processo judicial.

       Isabele Fernandes
Ruas sem pavimentação e cheias de lixo
De acordo com a lei Lei 12.305/10, que garante a geração de emprego e postos de reciclagem, assim como reconhecimento profissional, capacitação, e a inclusão social dos catadores. Aproximadamente 280 famílias são atendidas por um projeto existente, porém é apenas um paliativos, pois a realidade do local é crítica e demanda medidas imediatas, já que põe em risco a saúde e integridade dessas pessoas, as mais atingidas são as crianças que quase sempre apresentam febre e doenças relacionadas a água, aos resíduos do solo e condições mínimas de higiene.

“Após o fechamento do lixão ficamos desamparados sem emprego e sem condições de trabalho, pois o lixão era a minha única fonte de renda”. Completa Cátia -55 anos ex-catadora.

“A falta de água é constante e quando tem água nós falta energia elétrica o que dificulta o armazenamento de água, pois alguns moradores utilizam bomba para puxar a água e guarda-la em galões, já que não temos caixa d’água, sem energia é impossível ligar a bomba.” comenta Maria de Fátima Gomes -36 anos (moradora de Jardim Gramacho)

Ainda há esperança

Projetos independentes são desenvolvidos dentro do bairro e atuam com a finalidade de desenvolvimento profissional e inclusão social dos ex-catadores. Assim como a casa de convivência criada pelo projeto Amor e ação, há um ano oficialmente o pastor Mauro Cruzeiro com ajuda de doações construiu e mantém a casa para a ajuda constante de algumas famílias. A casa recebe diariamente diversas crianças que vão para se alimentar e praticar algumas oficinas como: reforço escolar, Escolinha de futebol, Ballet, técnicas circenses, Aulas de música entre outras.

                                                                           Isabele Fernandes
Casa de convivência - Projeto Amor e ação
“Essas pessoas podem até carecer de alimentos e alguns itens de necessidades básicas, mas como sempre digo : sempre chegam novas doações, não precisamos doar coisas a essas pessoas, precisamos nos doar a elas, fazer com que se sintam integrantes da sociedade e desperta-las para suas próprias conquistas”. Pr. Mauro Cruzeiro (idealizador do Projeto Amor e Ação que existe há 10 anos em Gramacho).

“Nossa intenção é conviver realmente com essas famílias e crianças capacitando-as despertando-as para lutar por um futuro melhor, e é visível a mudança nos hábitos e tratamentos entre elas”. Gabriel Martins - 21 anos (Voluntário no projeto Amor e ação na casa de convivência).

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